TEMPO DE INOCÊNCIA
E a correr pelos campos verdejantes,
vem a luz do sol matinal... me abraça
dourando todos os trigos ondulantes,
numa cor de ouro sem nenhuma jaça.
Os meus olhos são feito dois mirantes
ou um farol aceso que a tudo devassa
e lembra-me das paisagens distantes:
uma casa... a rua... crianças na praça.
Uma ternura doce e de beleza infinita,
enlaça a minha alma que, ali, se agita
assim inebriada dum deleite profundo.
Esqueço a crise, as dores da vivência,
voltando ao meu tempo de inocência -
na linda manhã que ilumina o mundo!