sexta-feira, 28 de outubro de 2016

QUANDO O TEMPO…


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QUANDO O TEMPO…


Que importa o tempo que ainda há pela frente,
Que importa o que ainda há para descobrir,
Se é nuvem, vento, chuva ou `souvenir´,
Quando o tempo te fez ser outra gente!?

Que importa o que há além do horizonte,
Que importa o que há segredado aos céus,
Se é anjo, demónio ou `vida permanente´,
Quando o tempo te fez outra semente!?

Que importa o que ainda há para poder ser,
Que importa o que há além do simples viver,
Quando o tempo tem ao momento o mundo!?

Que importa o que há além de umas estrelas,
O que importa o que há nos meandros delas,
Quando o tempo tem uno universo ao segundo!?

© RÓ MAR


sábado, 15 de outubro de 2016

IMPULSOS DA ALMA




IMPULSOS DA ALMA


Num mero estado de ausência da mente,
Sem convergir pensamento e ação,
Planei céus salpicados de evasão 
E fluí em trasladada corrente.

À velocidade do meteorito,
Maleável aos impulsos da alma,
Descobri uma verdade que acalma:
A minha morada é o infinito.

Deixei bem longe o saco das querelas
Como a retirar o homem à guerra…
Para tornar as viagens mais belas.

Poderei sentir-me um mortal que erra,
Mas um colaborador das estrelas
Que daqui verá descer Céu à Terra.

© Jorge Nuno 

SE HOJE EU PARTIR




SE HOJE EU PARTIR


Se por acaso eu, hoje partir,
não quero que tu chores minha amada,
promete meu amor que vás sorrir
e lembrar os meus versos na abalada.

Se por acaso eu hoje partir,
os anjos vão cantar minha balada,
trombetas e clarins irás ouvir,
como quem anuncia a alvorada.

Se olhares para o céu, entre as estrelas,
há uma que cintila fugazmente,
sou eu, que te fito, no meio delas.

A vida aqui na terra pouco dura,
no céu vamos viver eternamente
o nosso lindo sonho de ternura.

Abílio Ferradeira de Brito

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

CHEIRA A OUTONO DE GENTE BEM-AMADA!


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CHEIRA A OUTONO DE GENTE BEM-AMADA!


Cheira a outono  de gente bem-amada!
Relva molhada,  terra almofadada
De mil folhas, dulcineia, sorriso ao luar
Tem a memória de criança a sonhar.

Pela alma vai e vem o vento de momentos,
Pelo coração acende a labareda de intentos,
Salpica a chita colorida de verdes olhos,
Chuva miudinha, oceano franzino aos folhos.

Chapéu à beira-mar, o sorriso ao luar
Cheira a outono de gente bem-amada!
Ao rubro da  natureza vinga o olhar,

Ao sabor da estação embala petiz coração,
Centelha belisca ideia de mil folhas, estrelada
Grita aos ventos o outono em tom de canção.

 © RÓ MAR


SOLIDÃO




Solidão


Entre um olhar e outro já não vejo
a luz de teu sorriso terno e brando...
e nos caminhos onde só eu ando
rumino as ânsias loucas do desejo.

E assim, sem ti, prossigo caminhando
enquanto a minha lira tanjo, arpejo,
a suplicar a dádiva de um beijo
nesse andejar errático, nefando.

Quisera, sim, a luz de teu sorriso,
e o beijo doce e terno que eu preciso
para seguir em paz o meu caminho.

Prossigo no vazio dos teus passos,
sem rumo, sem destino, olhos baços
e aonde vou parar nem adivinho.

ALMA APAIXONADA




ALMA APAIXONADA


 Mesmo que me faltassem flores,
ou que me fechassem os mares,
que as aves sumissem dos ares,
e cinza ficassem todas as cores.

Mesmo assim, nem todas as dores
(ou todos os seus tristonhos pares)
matariam o brilho Alfa de Antares, 
e arrastariam os meus vis temores.

Ah! eu tangeria a lira e um flautim
celebrando a vida com meu Pastor
- sob um perfumado pé de jasmim.

Pois meu bem-querer é via constelada,
cintilando todas as partículas de amor,
em minh'alma entregue e apaixonada!

Silvia Regina Costa Lima