quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

DANÇA COMIGO




“DANÇA COMIGO”


Vamos subir, até cansar o motor!
Lá, estaremos mais perto do sol,
A paisagem terá ainda mais valor.
E quando nós atingirmos o bemol,

Que logo conseguimos conquistar;
Então nos beijaremos a precipitar
Um misto de prazer e de loucura!
E se o ocaso aparecer com ternura

Rapidamente vamos ter de descer
Para a luz solar na pista não perder
E podermos aterrar em segurança!

E no avião ficamos até que apareça
A primeira estrela, para que te peça
Para os dois fazermos uma dança!

© Alfredo Costa Pereira

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

QUANDO TE LEVEI A VER A LUA CHEIA


Foto © Ró Mar - Basílica da Estrela | Super Lua


QUANDO TE LEVEI A VER A LUA CHEIA


Quando te levei a ver a lua brotou
Em teus olhos, amendoados, a flor
Delicada que pelo céu pintou
Alegorias d' alma cheia d' amor.

Era tarde, quase noite, e fez dia
Em teu coração, cheio de poesia,
A lua brilhou muito mais que podia!
Que teus olhos sejam sempre luz do dia!

Que teu rosto seja sempre lua cheia
De vida! Vi laivos d' arte no teu sorriso
E percebi que és estrela de mui siso.

Vi a estrela lado-a-lado, céu anil,
Em teus olhos, princesa gentil,
Quando te levei a ver a lua cheia.

© Ró Mar

DO AMOR


Arte de Chelin-Sanjuan


“DO AMOR”


As pessoas que nunca souberam o que é amar 
Com lealdade e franqueza, não sabem apreciar 
A ímpar grandeza, que às vezes sai de um olhar,
E que num instante faz nascer uma afeição… 

Que é uma grande ventura que enche de ternura
Toda a nossa alma e também atulha o coração!
Essência muito rara que com o tempo se depura,
Em amor, que suavemente vem daquela paixão!

Infelizmente quanta gente não sabe nem ao de leve
Até onde nos pode levar e nos pode arrastar o amor!
E quando essa gente insensível ao afeto se atreve,

Sem dialogar ou perguntar, só a sua vontade impor,
Pesadas e irreversíveis condenações do seu rigor,
Vão, sem perceberem porquê, senti-las em breve!

© Alfredo Costa Pereira

A DOÇURA DA VELHICE




A DOÇURA DA VELHICE


Bateu-me à porta o frio do vento agreste,
Tentando entrar nas frestas das ombreiras,
Que hoje são podres sobras das madeiras,
Filhas de algum pinheiro, algum cipreste…

Tudo envelhece ao tempo sem fronteiras,
Por mais que se não queira ou se proteste,
Sempre que tal sinal se manifeste,
É de arrumar-se as botas e as chuteiras…

Cabelo branco, rugas, reumatismo,
Lembranças do passado, saudosismo,
Mostram que a caminhada chega ao fim!

Do Outono da vida ao frio inverno,
É-se mais paz, concórdia, amor fraterno!
É-se menos urtiga e mais jasmim!...

© JM Cabrita Neves 

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

FLOR DA TERRA




FLOR DA TERRA


De dentro de uma clareira,
nascerá um novo Arcano -
e mesmo que leve um ano,
será linda luz sobre a areia.

Por sobre toda a cordilheira,
sem haver nenhum engano,
o Bem vencerá o vil profano
para que a Paz surja inteira.

Porquanto, desde Adão e Eva,
a vida é tão cheia de cicatrizes
e o ser humano boia em trevas.

Ah! quem me dera, a Flor da Terra
(senhora de milhares de matizes)
venha oferecer eternas primaveras.

O AMOR NÃO SE APAGA ENQUANTO HOUVER POESIA




“O AMOR NÃO SE APAGA 

ENQUANTO HOUVER POESIA”


A noite vai caindo. O sol, já moribundo,
De frouxa luz o caminho ainda alumia.
E ouvindo da água o soluçar profundo,
Recordo-te, princesa da minha poesia!

Eis-me junto a ti minha paixão eterna,
Como nos tempos de menino e moço,
A descobrir a beleza da névoa fraterna
Que há dentro em ti, como um esboço!

Ao luar dedilha o grilo, (músico dotado)
As cordas do violão noturno lacrimosas;
Enquanto junto a nós, no jardim ao lado,

Estão em pleno amor os cravos e rosas,
Com cores que a pouca luz esbatesse,
Enquanto o beijo entre nós permanece!

© Alfredo Costa Pereira