domingo, 15 de setembro de 2019

MAR DE MEMÓRIA




MAR DE MEMÓRIA


Imersa num vasto mar de memória...
Folheio a parcas léguas de distância,
Seladas de rara e exímia fragrância,
Páginas da minha efémera história...

Ouço inocentes risos de criança,
Ecoando para lá do horizonte…
Meus sonhos emergindo na lembrança
Feita água pura esvaída da fonte!...

Ah quantas... quantas ondas deste mar...
Quantas as vagas eternais de amar
Meu ser banhando de saudade e calma?!...

Quão fina e profunda a artéria submersa,
Na lágrima que dentro de mim versa
O poema que escreve a Minh ‘alma!...

© Helena M. Martins
 

sábado, 14 de setembro de 2019

VOAR ATÉ AO INFINITO


Pintura de James Wells Champney


“VOAR ATÉ AO INFINITO”


Sou eu amor, sou eu que te amo,
E são meus olhos que te namoram,
Sou eu que aos teus pés te derramo
Os mil beijos que um beijo imploram…

Neste beijo que te vou agora lançar
Neste meigo beijo doce e bendito
Vou-te largar no ar! Hás-de voar,
Voar até muito longe, ao infinito!

E levas com o meu beijo, bem vejo,
Toda aprumada e vestida de amor,
O meu apaixonado e febril coração…

E ainda pendurado nesse longo beijo,
Levas uma rosa com poesia em flor,
Uma saia de prosa, e a tua sedução!

© Alfredo Costa Pereira

sábado, 20 de abril de 2019

VEM COMIGO


Imagem: Bellissime Immagini 


VEM COMIGO


Segura a minha mão e vem comigo,
Bem juntos nós iremos caminhar,
Sentir-me-ei melhor se for contigo
Lá onde o destino nos levar.

És a felicidade que eu prossigo
E que nunca cansei de procurar,
A vida não será tão só castigo,
É tempo de viver para te amar.

Segura a minha mão, vem por favor,
Aqui, ali, além, seja onde for,
Vou te fazer feliz, minha querida.

Nesta doce união, bela e pungente,
Te juro que ao surgir o Sol nascente,
O amor há-de brilhar na nossa vida.

sábado, 6 de abril de 2019

DOCE VISÃO


Ilustração: obra de Cristian Schloe


DOCE VISÃO


Adormeci com a doce visão,
Do teu olhar preso, ao meu,
Que roubou o meu coração.
E, não sei como aconteceu.

E agora, só tenho o desejo,
Que o sonho se torne real.
E abençoe com o teu beijo,
O meu pobre corpo mortal.

Consciente da fragilidade,
Perdendo na vida o fulgor,
Ávido de céu e eternidade.

Carente da palavra amor.
Vivida com, humanidade,
Para atenuar a minha dor.

sexta-feira, 15 de março de 2019

O PRIMEIRO AMOR


Óleo de Mary Cm


“O PRIMEIRO AMOR”


Meu coração nunca vai esquecer
Aquela que primeiro o fez pulsar;
Que me quis promover e escolher 
Minha alma, para ventura semear.

O nosso coração, por toda a vida
Estima e quer, não sabendo soltar
Quem o primeiro amor o for agitar,
Que foste tu a flor, minha querida;

Outra afeição que queira levá-lo,
Procurando aturdi-lo e arrancá-lo
Ao seu antigo tranquilo cativeiro,

Apenas ela consegue unicamente
Fazer persistir harmoniosamente
Mais adoração do amor primeiro!

© Alfredo Costa Pereira

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

VEM COMIGO VER O MAR, MEU AMOR!


Foto © Ró Mar


VEM COMIGO VER O MAR, MEU AMOR!


Vem comigo ver o mar, meu amor!
Meu olhar diz que o céu é verde da cor
Do mar e as ondas grãos de esmeraldas 
Que replicam a vida de mãos dadas.

Vem comigo viver este presente
Da cor de novo dia, a areia a crepitar!
Meu coração diz que o sol a bailar
Remexe a saudade e o ar é quente.

Teu olhar é meu mais que presente,
Da cor do luar que a gente sente
Lado a lado, luz de meu amor!

Teu coração é o meu momento
Da cor do mar que te movimento.
Vem comigo ver o mar, meu amor!

© Ró Mar

AMIZADE





AMIZADE


Ainda tem quem nos contradiga,
mas combateremos a desilusão;
já que, por mais que se desdiga,
o mundo pede é sincera afeição.

Como numa canção bela, antiga,
(e passada de irmão para irmão)
eu acredito é na emoção amiga
que brota em cada bom coração.

E assim - ah! que você me creia,
eu sei que nós venceremos a dor
com todo o Mal que ela permeia.

AMIZADE é terna luz, é o difusor
como, no escuridão, é a candeia
aquecendo a vida com seu calor.

sábado, 2 de fevereiro de 2019

SONHOS PARTILHADOS




SONHOS PARTILHADOS

 
Eu partilho os teus sonhos meu amor,
Com ânsia desmedida de alcançar,
O que esta vida tem de bem melhor,
Uma réstia do céu para te amar.
 
São sonhos partilhados com fervor,
Querendo em realidade os transformar,
Na terra ou no céu, seja onde for,
Felicidade, iremos alcançar.
 
Somos dois e um só em caminhada,
Querendo ver o Sol na alvorada
Do dia que queremos ver nascer.
 
O sonho pode ser louca quimera,
A vida o transforma em longa espera,
Com eles se recria o nosso ser.
 
© Abílio Ferradeira de Brito

ROSA



quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

DANÇA COMIGO




“DANÇA COMIGO”


Vamos subir, até cansar o motor!
Lá, estaremos mais perto do sol,
A paisagem terá ainda mais valor.
E quando nós atingirmos o bemol,

Que logo conseguimos conquistar;
Então nos beijaremos a precipitar
Um misto de prazer e de loucura!
E se o ocaso aparecer com ternura

Rapidamente vamos ter de descer
Para a luz solar na pista não perder
E podermos aterrar em segurança!

E no avião ficamos até que apareça
A primeira estrela, para que te peça
Para os dois fazermos uma dança!

© Alfredo Costa Pereira

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

QUANDO TE LEVEI A VER A LUA CHEIA


Foto © Ró Mar - Basílica da Estrela | Super Lua


QUANDO TE LEVEI A VER A LUA CHEIA


Quando te levei a ver a lua brotou
Em teus olhos, amendoados, a flor
Delicada que pelo céu pintou
Alegorias d' alma cheia d' amor.

Era tarde, quase noite, e fez dia
Em teu coração, cheio de poesia,
A lua brilhou muito mais que podia!
Que teus olhos sejam sempre luz do dia!

Que teu rosto seja sempre lua cheia
De vida! Vi laivos d' arte no teu sorriso
E percebi que és estrela de mui siso.

Vi a estrela lado-a-lado, céu anil,
Em teus olhos, princesa gentil,
Quando te levei a ver a lua cheia.

© Ró Mar

DO AMOR


Arte de Chelin-Sanjuan


“DO AMOR”


As pessoas que nunca souberam o que é amar 
Com lealdade e franqueza, não sabem apreciar 
A ímpar grandeza, que às vezes sai de um olhar,
E que num instante faz nascer uma afeição… 

Que é uma grande ventura que enche de ternura
Toda a nossa alma e também atulha o coração!
Essência muito rara que com o tempo se depura,
Em amor, que suavemente vem daquela paixão!

Infelizmente quanta gente não sabe nem ao de leve
Até onde nos pode levar e nos pode arrastar o amor!
E quando essa gente insensível ao afeto se atreve,

Sem dialogar ou perguntar, só a sua vontade impor,
Pesadas e irreversíveis condenações do seu rigor,
Vão, sem perceberem porquê, senti-las em breve!

© Alfredo Costa Pereira

A DOÇURA DA VELHICE




A DOÇURA DA VELHICE


Bateu-me à porta o frio do vento agreste,
Tentando entrar nas frestas das ombreiras,
Que hoje são podres sobras das madeiras,
Filhas de algum pinheiro, algum cipreste…

Tudo envelhece ao tempo sem fronteiras,
Por mais que se não queira ou se proteste,
Sempre que tal sinal se manifeste,
É de arrumar-se as botas e as chuteiras…

Cabelo branco, rugas, reumatismo,
Lembranças do passado, saudosismo,
Mostram que a caminhada chega ao fim!

Do Outono da vida ao frio inverno,
É-se mais paz, concórdia, amor fraterno!
É-se menos urtiga e mais jasmim!...

© JM Cabrita Neves 

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

FLOR DA TERRA




FLOR DA TERRA


De dentro de uma clareira,
nascerá um novo Arcano -
e mesmo que leve um ano,
será linda luz sobre a areia.

Por sobre toda a cordilheira,
sem haver nenhum engano,
o Bem vencerá o vil profano
para que a Paz surja inteira.

Porquanto, desde Adão e Eva,
a vida é tão cheia de cicatrizes
e o ser humano boia em trevas.

Ah! quem me dera, a Flor da Terra
(senhora de milhares de matizes)
venha oferecer eternas primaveras.

O AMOR NÃO SE APAGA ENQUANTO HOUVER POESIA




“O AMOR NÃO SE APAGA 

ENQUANTO HOUVER POESIA”


A noite vai caindo. O sol, já moribundo,
De frouxa luz o caminho ainda alumia.
E ouvindo da água o soluçar profundo,
Recordo-te, princesa da minha poesia!

Eis-me junto a ti minha paixão eterna,
Como nos tempos de menino e moço,
A descobrir a beleza da névoa fraterna
Que há dentro em ti, como um esboço!

Ao luar dedilha o grilo, (músico dotado)
As cordas do violão noturno lacrimosas;
Enquanto junto a nós, no jardim ao lado,

Estão em pleno amor os cravos e rosas,
Com cores que a pouca luz esbatesse,
Enquanto o beijo entre nós permanece!

© Alfredo Costa Pereira