sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

AMAR É DAR DE NÓS




" AMAR É DAR DE NÓS "


Amar é dar de nós com alegria,
Sentir que tudo é belo e tem mais cor,
Amar é despertar em cada dia
Num mundo colorido que é amor

Enquanto o amor dura e não resfria
Amar é ter da vida o seu melhor,
É força que se eleva e nos recria,
É grito desvairado sem pavor.

Quem ama por amor entrega tudo,
Por isso ele é tecido com veludo
E brilha como chama incandescente.

Pois sem amor o Sol em nós não brilha,
Amor é sempre um bem que se partilha
E assim sempre há - de ser eternamente.

Abílio Ferradeira de Brito

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

DESAFIOS




Desafios


Onde andará, do escriba, o dom de outrora?
Onde os titãs dos versos imponentes?
Quem tangerá a lira? Quem se arvora
a dedilhar os toques mais candentes?

Quem tirará da entranha o verso agora?
Quem louvará a Orfeu? Onde as sementes,
as divinais sementes dessa flora?
Quem tocará, na lira, os tons frementes?

Quem gestará os versos nas entranhas?
Rabiscará, com brilho e doce encanto,
a divinal poesia do nascer?

Quem, com candura, livre de artimanhas,
traduzirá em versos triste pranto
e a candidez do sol no amanhecer.

Edir Pina de Barros


UMA GRAVURA BEM MOLDADA EM TODA A OBRA




UMA GRAVURA BEM MOLDADA 

EM TODA A OBRA


Um olhar bem descaído que tem tudo.
Um frio translucido e um aperto ao coração;
Uma alma grande numa berma de alcatrão;
Um penteado bem vincado que lê o mundo.

Um retrato bem nítido a carvão.
Um lápis a grafite em mina apurada;
Uma palete de cinza, branco e escuridão;
Um pintar de olhar miúdo e saia rodada.

Um artista que esboça um só olhar.
Um esquiço que tem branco de sobra;
Uma modelo bem fêmea para pintar.

Um desenho vivo de muita mão de obra.
Um retrato deleitado em eterna mão;
Uma gravura bem moldada em toda a obra.

© RÓ MAR

TARDE DE OUTONO




“TARDE DE OUTONO”


Ainda havia carvalhos com folhas multicolor,
Num quadro pintado de um modo encantador!
E a luz saudosa e opalescente acabou por envolver
Em dois beijos, o nosso amor daquele entardecer.

Naquele jardim, sonhamos na amplidão doirada,
Num alheamento languido e profundo do mundo,
Ficando eu sem saber se eras anjo ou uma mulher,
Minha doce querida, meu amor, minha amada …

Embora além o sol descesse em estranha iluminura
Não acontecia que minha alma ficasse fria sequer
Ou até se tornasse a pouco e pouco mais escura;

A tua meiga face aveludada, doce e quente mulher,
Que eu senti a sonhar comigo ao pé de mim,
Parecia a de um anjo que tivesse vindo ao meu jardim!

Alfredo Costa Pereira

domingo, 6 de dezembro de 2015

A FESTA DA VIDA




A FESTA DA VIDA


Subimos ao monte, cantamos de amor,
Alegres estrofes de uma canção linda,
E sempre juntinhos, oramos na ermida,
Tivemos as graças de Nosso Senhor.

Colhemos os beijos nos lírios campestres,
Vestimos as cores que tem Primavera
Sonhamos mil sonhos, felizes na espera,
Criamos um mundo de coisas rupestes.

Na festa da vida é tudo normal,
Fizemos amor a raiz ancestral,
Marcamos dilecto na força do ser.

Feliz união e sublime a cantata,
Que a vida refaz e que tudo resgata,
Amor com amor, dá mais brilho ao viver.

Abílio Ferradeira de Brito


sábado, 5 de dezembro de 2015

DIA DE AMOR


Aguarela de Vanessa de Azevedo


“DIA DE AMOR”


Hei-de elevar-te ao mais alto
Dos céus que o espaço contém!
Pois quanto mais eu te exalto
Mais me exalto a mim também!

A escada, eu vou querer fazê-la
Com estes meus versos que lês.
Cada degrau vai ser uma estrela
Espalmada para tu pores os pés!

Será tão alta como o meu desejo
De te ver sedutora como te vejo
Furando nuvens a subir, a subir 

Para estarmos sós nas alturas
A acariciarmo-nos com ternuras.
Lá para o ponto mais alto atingir!

Alfredo Costa Pereira