quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

PÁSSARO FERIDO



Pássaro ferido


Sou pássaro ferido – voo lento –
a vida me atirou calhau na asa,
enquanto eu voo o sangue aos poucos vasa
e mesmo assim eu vou cortando o vento.

Voar mais alto muitas vezes tento,
porém a minha força é curta e rasa,
e doí-me tanto quando o sol se abrasa,
mas mesmo em dor um novo sonho invento.

Um pássaro ferido e persistente,
que plana em pleno céu e segue em frente,
sempre a buscar além nova quimera.

E voo, e voo, sempre em rumo certo
hei de encontrar oásis no deserto:
a luz do amor, que cura e regenera.

Edir Pina de Barros