Pássaro ferido
Sou pássaro ferido – voo lento –
a vida me atirou calhau na asa,
enquanto eu voo o sangue aos poucos vasa
e mesmo assim eu vou cortando o vento.
Voar mais alto muitas vezes tento,
porém a minha força é curta e rasa,
e doí-me tanto quando o sol se abrasa,
mas mesmo em dor um novo sonho invento.
Um pássaro ferido e persistente,
que plana em pleno céu e segue em frente,
sempre a buscar além nova quimera.
E voo, e voo, sempre em rumo certo
hei de encontrar oásis no deserto:
a luz do amor, que cura e regenera.
Edir Pina de Barros