ALMA GÉMEA
Ó alma nobre por que triste andas?
É tua a voz aos soluços velada?!…
Quantas vezes te ouço sem demandas…
Mas finges alegre sorrindo coitada...
É a maldade que anda de surdina?!…
Cravando um punhal em teu pobre peito...
Quem me dera a sorte a que lhe destina
Fora certa a vil morte por despeito!…
Ignora-a ó minha bela amada…
Estendem nos Céus seus véus na chegada
Mil anjos ébrios de luz a acenar...
É tua alma irmã gémea da minha?!
Pois são tantas as vezes à noitinha
Que escuto o silêncio a soluçar...