quarta-feira, 20 de abril de 2016

MAS COMO NÃO AMAR?




Mas como não amar?

 
E como não amar a vida, o pranto
que generosamente nos liberta,
o apoio de um amigo em hora certa,
a dor que se esvanece e aqui eu canto.

A morte, que nos cerca - sempre alerta -
mas que renova a vida e que, portanto,
gesta em seu bojo um novo e doce encanto,
a íntima esperança – a grande oferta.

Em tudo, tudo, viça sempre a vida,
feita de encontro, dor e despedida,
no cíclico pulsar da natureza.

Mas como não amar tamanhas prendas,
a vida, que é a maior das oferendas,
e deve ser tratada com nobreza.