Mas como não amar?
E como não amar a vida, o pranto
que generosamente nos liberta,
o apoio de um amigo em hora certa,
a dor que se esvanece e aqui eu canto.
A morte, que nos cerca - sempre alerta -
mas que renova a vida e que, portanto,
gesta em seu bojo um novo e doce encanto,
a íntima esperança – a grande oferta.
Em tudo, tudo, viça sempre a vida,
feita de encontro, dor e despedida,
no cíclico pulsar da natureza.
Mas como não amar tamanhas prendas,
a vida, que é a maior das oferendas,
e deve ser tratada com nobreza.