Mutações
Eu não me vejo mais no espelho baço
de teu olhar, outrora flamejante,
e já não sou feliz, por mais que eu cante
não posso disfarçar o meu cansaço.
Agora estou aqui – nem sei que faço –
a lua cheia se tornou minguante,
já não podemos mais seguir adiante,
pois se rompeu o nó, desfez-se o laço.
Agora em teu olhar eu vejo a bruma
da morte desse amor que em ti se esfuma,
e rendas sobre os véus dessa agonia.
Ah! Meu amado! A morte é recomeço,
pois tu renascerás do meu avesso
em forma de soneto, de poesia.