Deixam de ser só meus, de ser secretos,
Essas partes de mim, esses fragmentos…
Há palavras que sangram meus afectos!
Outras falam de orvalhos e relentos…
De dias soalheiros ou cinzentos,
Ou de fantasmas, sombras e esqueletos…
São emoções relâmpagos da mente!
Rios de angústia presa na corrente,
De mágoas desaguando junto à foz…
São as prisões, amarras e grilhetas,
Que habitam a existência dos poetas,
Até que os sentimentos ganhem voz!...
José Manuel Cabrita Neves