quarta-feira, 6 de setembro de 2017

EU SOU AQUELA




Eu sou aquela


Eu sou aquela que driblou a própria sorte
que se encontrou sem nunca andar de si perdida,
a que estancou o sangue fluido da ferida,
que a superou sem nunca ter qualquer suporte.

Eu sou aquela que enganou a própria morte,
a que voltou de seus umbrais, buscou saída,
a que venceu depois de andar demais vencida,
e renasceu do pó das cinzas livre e forte.

Porém se eu não driblasse a sorte o que seria
de mim? De meu viver? De minha travessia?
Talvez a sombra de quem sou, ou mesmo nada.

Exatamente por ser frágil – eu assumo –
persigo sempre, sem cessar, o norte, rumo,
cabeça erguida, erguida sempre a minha espada.