ÁGUA-BENTA
Eu remexo as cinzas da lareira,
reviro-as a buscar uma inteira
para que aqueça a noite gelada,
pra que serene a alma magoada.
Por entre as cinzas e a poeira
há a cheirosa e doce madeira,
que de um quintal foi retirada,
em manhã solar e abençoada.
A candeia está apagada agora,
na aproximação de outra aurora
que chega e, lá fora, se anuncia.
Visto-me - e a branca vestimenta
foi lavada com mágica água-benta
para afastar toda dor, toda agonia.
Silvia Regina Costa Lima