sábado, 18 de dezembro de 2021

COROA DO MENINO JESUS


Autores: RAADOMINGOS, Ró Mar e ARIEH NATSAC



"O NASCIMENTO DO MENINO JESUS"


*

"O nascimento do Menino Jesus"
Agora anunciado através da paz
E da justiça, que reinará p'la luz
Da quarta vela, branca, a todos apraz.

Tempo de vero espirito natalino;
Com os olhos postos no reino dos céus,
Dar graças, vida, adorar o Menino
Ao lado da Virgem Maria, mãe dos céus.

É noite de Natal, recheada de amor,
Ás doze badaladas faz-se luz
Nos nossos olhos, vida, esplendor.

A estrela lá no cimo do pinho luz
Mais que nunca, chegou o Salvador,
"O nascimento do Menino Jesus."

© Ró Mar

*

"O nascimento do Menino Jesus"
Momento pro qual nos preparamos,
Externa a euforia em clima de luz
Professar uma vida nova, aguardamos!

Quando chegar o anunciado em glória
O presépio montado ensinará;
Haver estrela que guia, obrigatória;
Em comunhão o seu brilho guiará.

Por agora é tempo de brindar,
Impondo-me este ciclo que reluz,
Vontade de receber e ofertar.

Os três Reis hão de chegar em luz
Quando a estrela solar os guiar
"O nascimento do Menino Jesus"

© RAADOMINGOS

*

"O nascimento do Menino Jesus"
Aconteceu p’ra bem da humanidade
Foi a estrela que a todos nos conduz
Para sempre até à eternidade

Nasceu em fria noite e bem gelada
Veio ao mundo para nos salvar
Entre gente humilde e abençoada
E muita mais o veio adorar

O mundo se esqueceu do que foi
Que aconteceu naquele dezembro
E por isso a nascença em nós reluz

Marcando nossas chagas também dói
Mas neste dia tu e eu bem relembro
"O nascimento do Menino Jesus."

© ARIEH NATSAC

*

"O nascimento do Menino Jesus";
Por tradição, todos se revêm na lenda
Do Natal! Em qualquer parte há Jesus,
Reflexo de calor humano, oferenda.

Dezembro é o mês de convívio
Familiar e de rever os amigos;
É época de descomprimir, de alivio
E de entrega total aos sem-abrigos.

O mês dos afetos, deve denotar
Os ritos do advento, aquele status
De união, que nos dá o que pensar!

Enfim, elegemos direção de luz!
É dia de Natal, vamos louvar
"O nascimento do Menino Jesus."

© Ró Mar

*

"O nascimento do Menino Jesus"
Faz-me recordar os tempos passados.
O casaco a três quartos de capuz,
Laços rosa nos cabelos cacheados.

O fogo que no fogão crepitava,
Aquecia a minha humilde casinha.
Quente que até as bochechas corava;
Mais frio que o calor da mãezinha!

Tão linda de fatinho às bolinhas
Seus olhos marejados, cheios de luz;
Os braços sobre mim às voltinhas.

O pai a chegar ai Jesus; truz truz.
Chega de tagarelar vamos celebrar,
"O nascimento do Menino Jesus"

© RAADOMINGOS

*

"O nascimento do Menino Jesus"
É momento único na noite de Natal
E especial p'ra quem o celebra à luz
Das velas numa ceia tradicional;

Que reúne família e amigos à mesa
P'ra celebrar a vida numa afamada
Típica gastronomia portuguesa;
O rei é o bacalhau e a couve é salteada;

Perú ou pato, filhós, rabanada, arroz doce,
Tronco, nozes e bom vinho, que se produz
Tão bem no país - o cálice de Porto doce;

E, o nobre bolo-rei, que agora se produz
Sem prenda e ainda lembra os Magos, ou não fosse
"O nascimento do Menino Jesus."

© Ró Mar

*

"O nascimento do Menino Jesus"
Calor que embrenha ao redor da lareira,
P'la harmonia se espalha; chama luz
Amor, no seio duma família inteira!

P'lo meio nasce a franca gargalhada;
Adocicada excitação de alegria;
À volta do presépio a criançada,
Lembram que à meia-noite é dia...

Sob a algazarra acresce o frenesim;
Arroz doce com enfeites em cruz;
Rabanadas, bolos e um farto pudim.

A mãe centra-se no que faz e produz;
Feliz; sabe que se comemora assim,
"O nascimento do Menino Jesus."

 © RAADOMINGOS

*

"O nascimento do Menino Jesus"
Marco divino enviado p'los céus;
Em devoção solene, benzo me em cruz;
"Como sou tão pequenina, meu Deus!"

Em oração preparei-me pra o advento;
Enche-se agora o coração de amor.
Recuando faço o balanço do tempo:
Acolhe-o d' uma forma superior!

Hoje é meu, é nosso; vê-Lo dormindo:
Que Menino lindo, cheio de luz!
Fico pensando, olhando, refletindo.

Atentando o presépio é que se deduz:
A vida nada é se não se for nutrindo
"O nascimento do Menino Jesus."

 © RAADOMINGOS

*

"O nascimento do Menino Jesus"
Traz ao dia aquela áurea d' esperança,
Que faz realçar beleza no universo, luz
Difusora de paz, harmonia e confiança.

Renasce em todos o sentido da vida,
O amor próprio e ao próximo, reúne
Diversos seres numa tela colorida,
Que perpetua o momento e nos une.

Celestial convívio com entes queridos,
Espalha-se a alegria, que a todos seduz,
Ciranda de fé a tempos desconhecidos!

O espírito de Natal enche-nos de luz
E o dia clareia, alva estrela de renascidos,
"O nascimento do Menino Jesus."

© Ró Mar

*

"O nascimento do Menino Jesus"
Ei-Lo hoje, agora. Que coisa boa!
Tanta explosão de cores, de luz
Nos lares, na Madragoa; Lisboa...

Nos bancos do jardim, assentes
Alegres transeuntes se abraçam;
São suas, as estrelas reluzentes;
Delas, as mãos que se entrelaçam...

É o amor que vagueia de boca em boca;
Dádiva que se permuta e tanto seduz;
Aliança que se transmuta como louca...

Desta loucura que contagia e conduz;
O desígnio eterno é a cura que me toca;
"O nascimento do Menino Jesus."

 © RAADOMINGOS

*

"O nascimento do Menino Jesus",
Traz-nos a paz que tanto ansiámos;
É Natal! Dia repleto de amor e luz,
Profecia de novo ano, o desejamos!

Cumpre-se o calendário do advento
Depositando toda a fé no futuro!
É dia de celebrar o momento,
Em comunhão familiar, o puro!

Época de festejar e preservar
Até ao fim do ciclo natalino a luz
Da "Coroa do Advento", o balsamar;

Aos Reis chegar pela estrela-guia, luz
Qu' imana boa-vontade p'ra presentear
"O nascimento do Menino Jesus."

© Ró Mar

*

"O nascimento do Menino Jesus"
É em toda a parte o centro d 'atenção
E também São Nicolau, que de capuz
Vermelho, barba branca enche o coração

Dos meninos, também dos mais velhos,
Qu' esperam animados p'las novidades
Do Pai de Natal, nos sapatinhos velhos,
A todos Ele faz sorrir sem vaidades!

Natal é época d' união, solidariedade
E Ele é mui generoso dando luz
A desejos, pedidos de necessidade!

Ao Polo Norte chegam cartas ("truz-truz")
De todo o mundo com a finalidade,
"O nascimento do Menino Jesus."

© Ró Mar

*

"O nascimento do Menino Jesus"
Dá inicio a uma nova etapa de vida,
O renascer de todo o bem reluz
Aquecendo o coração à gente dorida.

Na realidade e em sonhos todos temos
Alguma ventura, mas, merecemos mais,
Mais paz, mais respeito e amor, somemos
Aos dias alegrias, que nunca são demais.

Muita saúde, mais humildade e gratidão,
Mais fé e esperança, mais tempo de jus,
Mais boa vontade, mais amizade e paixão.

Que em todos os dias do Novo Ano haja luz
Em nós para o quotidiano ser recriação,
"O nascimento do Menino Jesus."

© Ró Mar

*

"O nascimento do Menino Jesus"
Em glória, trouxe em local presente
Seguindo um ponto de brilhante luz;
Três Reis Magos do distante Oriente.

Chegaram de camelos em boleia,
Pra Belém da Judeia conhecê-Lo.
Difícil foi do local ter ideia;
Qual o predestinado pra acolhê-Lo?

Herodes entre o saber e sabotar:
"Não esqueceis do que me dispus,
O palácio está disposto a ajudar!"

Se O encontrarem batam uma vez: truz,
É meu intento também comemorar
"O nascimento do Menino Jesus."

© RAADOMINGOS

*

"O nascimento do Menino Jesus,"
Significa esperança na humanidade;
Cristo - o Salvador, que nos livre da cruz!
"Paz na terra aos homens de boa vontade."

Mensagem que requer continuidade;
Nos tempos que correm urge empatia,
Mais compreensão e solidariedade,
Uns para os outros, para haver alegria;

Que o novo ano seja dia-a-dia vivido
Por todos em paz! Utopia que reluz
O mais nobre sentimento "o povo unido;"

O mundo carece dum caminho de luz
Para que se cumpra o vero sentido,
"O nascimento do Menino Jesus."

© Ró Mar

*

"O nascimento do Menino Jesus."
Demonstra ao mundo que o bem prevalece
Ao mal e nesse sentido se alivia a cruz;
A vida esperança e renasce, resplandece;

Luz mestre, que nos acolhe como irmão,
Pobres ou ricos, todos já pecaram,
Está na altura de pedir o perdão
E redimir demonstrando gratidão!

Somos homens de bem e a paz reinará;
Outra oportunidade, que o Natal traduz
Em braille e por todo o universo se olhará!

Uno tempo, ode à vida, majestosa luz,
Que nos interioriza e amanhecerá,
"O nascimento do Menino Jesus."

© Ró Mar 

*

"O nascimento do Menino Jesus"
Representa a força maior da natureza
E com ela vem a esperança de luz,
Que dá vida para seguir com firmeza.

Os dias mudam, as noites encolhem,
O inverno está à porta, o calendário
Renova - os trezentos ..., que se partilhem
Fazendo do Novo Ano Comunitário.

Um ambiente onde possamos respirar
E reconstruir o lar de todos nós na luz
Divina, qu' imana do nosso meditar.

P'ra que se possa cumprir o que compus
Vamo-nos comprometer a celebrar:
"O nascimento do Menino Jesus!"

© Ró Mar

*

"O nascimento do Menino Jesus"
Vem com o propósito de renascer
O universo, instalar a paz e dar luz;
O primeiro dia do Ano Novo a nascer;

Vem Renovar esperanças e afectos;
Oferenda da paleta de doze meses
Para colorirmos a vida de momentos
Diferentes e em cada um deles mais vezes!

É hora de fazer as pazes com o passado,
Olhar pró presente como abençoada cruz
E desfrutar sereno do que nos foi dado!

O tempo encarregar-se-á de fazer jus
Às boas intenções num ciclo vivenciado:
"O nascimento do Menino Jesus."

© Ró Mar 

*

"O nascimento do Menino Jesus"
Trouxe em papiros escrito aos fiéis,
Que na tradição o ofertar se conduz
P' las mãos de três sábios Magos; Reis.

Doze dias antes do seis; viajantes;
Com o intuito de O homenagear
Oriundos de suas terras distantes;
Chegam, Belchior, Gaspar e Baltazar.

Trazem a mais brilhante cor de louro,
Aquela que resplandece e reluz;
Essência humana, divina; um tesouro!

P'las oferendas aqui se traduz
Refletidos em incenso, mirra e ouro,
"O nascimento do Menino Jesus."

© RAADOMINGOS

*

"O nascimento do Menino Jesus",
Celebrar o Natal até ao dia de Reis,
Dia seis de Janeiro, epifania, luz
De Cristo a louvar sempre que podeis!

Cantai as Janeiras "Reisadas" com amor
Aos Reis Magos, Melchior, Gaspar, Baltazar,
Que chegam do Oriente p'ra adorar o Senhor,
Através de sinal divino a palmilhar!

Co' incenso símbolo de Deus, mirra o imortal
E ouro símbolo do poder a cabana reluz,
Que podeis sempre replicar, transcendental!

Comer e beber, que festim,! Ai, Jesus,
Que se está a acabar! Fim do ciclo de Natal,
"O nascimento do Menino Jesus."

© Ró Mar 

*

Autores: RAADOMINGOS, Ró Mar e ARIEH NATSAC

*

Sonetos do Universo | 2021/2022

domingo, 12 de dezembro de 2021

O CUNHO ARTÍSTICO




O CUNHO ARTÍSTICO


Sei que há leitores que gostam do que escrevo,
Como também os há com outros gostos!
Porém, sem atentar a pressupostos,
Fazer seus julgamentos, não me atrevo!

Gostos não se discutem, são compostos
Do ver e do sentir maior enlevo,
Por esta ou aquela arte e seu relevo,
Tendo atenção à arte e não aos rostos!

Tem o seu próprio cunho cada artista,
Que ao apreciador lhe salta á vista,
Sem precisar de ver a autoria…

Também ficam leitores fidelizados,
Ao lerem onde estão habituados,
Os meus versos que escrevo dia-a-dia!...

© J. M. Cabrita Neves | 12/2021

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

COROA DO ADVENTO


COROA DE SONETOS ADVENTO


Autores: RAADOMINGOS e Ró Mar.




I

"O nascimento do menino Jesus",
Requere o advento, a preparação,
Período de reflexão e de luz
Esperança de renascer, celebração!
    
É o tempo que antecede o Natal
 E o primeiro tempo do calendário 
Litúrgico. E, preparar o Natal
É o mote do nosso rosário! 

 A "Coroa do Advento", tradicional
Ramo verde, quatro semanas à luz
Das velas de quatro cores, universal!

Cada domingo uma vela acende a luz
Dos afetos, refletindo o espiritual,
"O nascimento do menino Jesus."

© Ró Mar

*

II

"O nascimento do menino Jesus"
Toca em profundos sentimentos.
Os cristãos sabem no que se traduz;
Preparam a vinda, vigilantes e atentos!

É tempo de esperança e chegada,
Espírito de alegria e aproximação.
Época do mistério p'la igreja convidada,
Sentir Deus feito Homem no coração.

É período de expetativa o advento;
No ciclo do Natal se inicia e conduz,
A uma semana de empenhamento.

A vinda do Senhor é o início da luz;
Tempo de preparação do evento;
"O nascimento do menino Jesus."

© RAADOMINGOS

*

III

"O nascimento do menino Jesus":
Tempo de reflexão e vida adorada;
Este ano, iniciou a 28 de novembro a luz;
O advento - latim adventum - chegada.

Por todo o lado, há coroa do advento,
 Símbolo do Natal, contemplação;
O 1º dia pela vela acesa no momento
Vermelha, que simboliza o perdão.

O primeiro domingo do advento,
Que em todo o mundo se traduz
Em época áurea do sentimento;

 Num circulo de amor, que conduz
O caminho da fé ao (re)nascimento),
"O nascimento do menino Jesus."

© Ró Mar 

*

IV

"O nascimento do menino Jesus"
Obedece ao calendário do advento,
Que vai até à véspera do Natal, luz
P'la humanidade dia a dia sustento!

As árvores e presépios começam 
A ganhar forma natalícia, o abeto 
E o musgo são a base e expressam
A humildade, o natural, o discreto.

A originalidade em ritmo normal
É o segredo a desvendar, que conduz
Ao ultimo, Cristo a figura principal;

No estábulo a manjedoura, que luz,
A benção, faz-se acontecer o Natal,
"O nascimento do menino Jesus."

© Ró Mar 

*

V

"O nascimento do menino Jesus"
Nesta segunda semana do advento,
Á conversão a liturgia induz;
Abrir o coração ao chamamento.

Pede Cristo um sentido de direção;
Empenho pra efetivar essa mudança.
Acolhe o paraíso os que em salvação
Se doem, ao próximo em aventurança.

Ao excluir a fé p'lo afastamento
O profetismo é salvação e luz;
Urge tempo de missão e acolhimento!

A comunhão dos que estão em contraluz
Faça-se, incutindo em pensamento:
"O nascimento do menino Jesus."

© RAADOMINGOS
 
*

  VI 

"O nascimento do menino Jesus"
É a alegria da época, que irradia
Por todos os espaços ânimos, luz,
Magia, cheirinho típico e harmonia.
 
Raminhos verdes de pinho envoltos 
Numa fita vermelha, cor da vida, 
Do amor e do sacrifício, doutos 
No divino - o mundo em contrapartida.

O 2º domingo do advento - redentor;
É o período do amor por Cristo e outra luz
  S' acende - verde, a cor da fé ao Senhor;

 Tempo uno duma aliança que reluz
Pelo universo, o poder do Salvador,
"O nascimento do menino Jesus."

© Ró Mar 

*

VII

"O nascimento do menino Jesus" 
Lembra-nos penitência e conversão. 
Deste sacrifício na cabeça pus, 
Ser roxo da semana, condição. 

É tom das três semanas do advento 
Substituindo-o rosa na terceira. 
Não é só o do padre paramento; 
Como o da igreja completa; inteira! 

Excelsa vida cristã o cenário, 
Do rito faço o sinal da cruz, 
Á obediência ao uno calendário. 

É universal o que Roma introduz 
Na cor e contexto doutrinário, 
"O nascimento do menino Jesus."

© RAADOMINGOS

*

VIII

"O nascimento do menino Jesus"
Percorre o itinerário do advento
Na solene paixão, que reacende a luz,
Corações no mais célebre argumento;

O amor ao próximo, a união dos filhos 
De Deus; comunhão - tempo de alegria,
Que vem reforçar a crença com brilhos
Remanescentes de toda a idolatria.

Neste domingo, o terceiro do advento,
Por Messias, vela roxa ou rosa, preluz
A humanidade, enaltece o momento.

Período de confiança, pois, traduz
O auge da fé e esperança no evento:
 "O nascimento do menino Jesus."

© Ró Mar 

*

IX

"O nascimento do menino Jesus" 
Remete-nos para um tempo novo. 
No obscurantismo não se produz 
A salvação necessária pra um povo. 

Na fé que brota na estrada do bem, 
Louvada seja, cantada em glória,
Honrando o menino ungido de Belém; 
Recreando aos crentes a sua história. 

Não reze em memória ausência de bondade; 
Não é isto que o templo produz; 
Ele pede sorrisos, felicidade. 

Transformação seja a chave que seduz
Num tempo que se espera em fraternidade; 
 "O nascimento do menino Jesus."

© RAADOMINGOS

*

X

"O nascimento do menino Jesus"
Gira à volta do espirito do Natal, 
Qu' invoca o ser presente, faz jus
Ao Senhor numa atitude racional.

Todos os rituais religiosos e festivos 
São bem-vindos na quadra natalícia,
Acrescentam fatores positivos
A cada dia que se faz com carícia.

Tempo de viver rumo à felicidade,
De tomar a alegria de ter Jesus
Presente, esperança na humanidade;

Expectante celebrar à luz de luz
O Mistério da Encarnação da Divindade,
"O nascimento do menino Jesus."

© Ró Mar 

*

XI

"O nascimento do menino Jesus" 
Em preparação profunda, emocionante 
À última semana nos conduz,
A um tempo de espera, importante! 

Á anunciação enviada p'los céus: 
P'lo "Espírito Santo será concebido", 
Nascerá Messias, filho de Deus
E o ventre de Maria, virgem, escolhido.

Surge sobre o presépio a reflexão, 
O que significa e o que em nós induz; 
O verdadeiro mistério da encarnação. 

Entendê-lo é alegria, brilho e luz 
Pra que possamos celebrar em união, 
"O nascimento do menino Jesus."

© RAADOMINGOS

*

XII

"O nascimento do menino Jesus" 
Hino à vida por ação e graça; 
Ponto de partida, chegada em luz, 
Enfeites na árvore, em casa, na praça! 

Fazer o presépio, que bom reviver
A história do Ungido de Belém;
Colocar luzes, o pinheiro erguer; 
A manjedoura o burro, o anjo também!
 
Nas palhas onde irá dormir o Senhor,
Menino nu, nem um mero capuz,
À meia-noite é hora de o pôr! 

Quando for Natal no relógio que pus; 
Celebraremos com imenso amor 
"O nascimento do menino Jesus."

© RAADOMINGOS

*

XIII

"O nascimento do menino Jesus"
Agora anunciado através da paz
E da justiça, que reinará p'la luz
Da quarta vela, branca, a todos apraz.

Tempo de vero espirito natalino;
Com os olhos postos no reino dos céus,
Dar graças, vida, adorar o Menino
Ao lado da Virgem Maria, mãe dos céus.

É noite de Natal, recheado de amor,
Ás doze badaladas faz-se luz
Nos nossos olhos, vida, esplendor.

A estrela lá no cimo do pinho luz
Mais que nunca, chegou o Salvador,
"O nascimento do menino Jesus."

© Ró Mar 
 
*

XIV

"O nascimento do Menino Jesus"
Momento pro qual nos preparamos,
Externa a euforia em clima de luz
Professar uma vida nova, aguardamos!

Quando chegar o anunciado em glória
O presépio montado ensinará;
Haver estrela que guia, obrigatória;
Em comunhão o seu brilho guiará.

Por agora é tempo de brindar,
Impondo-me este ciclo que reluz,
Vontade de receber e ofertar.

Os três Reis hão de chegar em luz
Quando a estrela solar os guiar
"O nascimento do menino Jesus"

© RAADOMINGOS

*

COROA DE SONETOS ADVENTO

Autores: RAADOMINGOS e Ró Mar.

*

Sonetos do Universo | 2021

sábado, 4 de dezembro de 2021

MEUS SONHOS




MEUS SONHOS 


Quero que me olhes dentro dos olhos,
Toques, enlaces e que me precises;
Faças filhos, destranques ferrolhos,
Me delicies no tempo e nos deslizes.

Prepara-me a cama dos meus sonhos;
Deixa-me ser serva e deles meretriz.
Não me importo o cariz; se medonhos;
Em ti confio e aguardo pra ser feliz!

Nas cores azuis de traços contínuos
Embalo, aquilo que quero e não calo;
Mesmo parecendo sentidos ingénuos.

Dos outros pouco me interessa ou ralo;
A poesia traz-me proventos profícuos,
É por ela que me dispo, deito e instalo!

© RAADOMINGOS | 04/12/2021

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

A CRIANÇA ...


COROA de SONETOS "A CRIANÇA..."


Autores: ARIEH NATSAC, Ró Mar e RAADOMINGOS

 


A criança que fui chora na estrada.

 de Fernando Pessoa


A criança que fui chora na estrada.
Deixei-a ali quando vim ser quem sou;
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou.

Ah, como hei-de encontrá-lo? Quem errou
A vinda tem a regressão errada.
Já não sei de onde vim nem onde estou.
De o não saber, minha alma está parada.

Se ao menos atingir neste lugar
Um alto monte, de onde possa enfim
O que esqueci, olhando-o, relembrar,

Na ausência, ao menos, saberei de mim,
E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar
Em mim um pouco de quando era assim.

Fernando Pessoa

*****

"A CRIANÇA..."


I

 "A criança que fui chora na estrada,"
Descolorida por via d' incompreensão,
Por colo, histórias ou contos de fada,
Enfim, por afagos de coração!

Tantos momentos por viver! O senão
Por adiante, o universo de tanto e nada,
Onde não há lugares d' eleição,
Viagem que se prossegue encavacada!

Ah, hoje sinto um pesar de crescer 
De não me ter despedido, do sobrevoo,
Do que ainda poderia ter d' aprender!

Continuo! Pois, o tempo dela acabou,
Foi o pai e a mãe, sem ninguém par' a proteger!
"Deixei-a ali quando vim ser quem sou."

© Ró Mar
 
*

II

"Deixei-a ali quando vim ser quem sou";
Tarde cheguei, partiu, foi-se embora.
Só encontrei a sombra do que lhe restou,
Até o que ficou dissipou-se na hora.

A inocência, a que por ora ainda chora;
Culpa p'lo que cedo nela embrenhou!
Naquela esquina, sem muita demora
A rua fez sina, que sorte lhe calhou!

Até que não foi tão trágico assim!
Houve outros momentos, que acompanhada
Me senti a mais bela flor do jardim!

Entretanto, nas voltas da vida deixada,
Ergo os cacos, construo o meu botequim,
"Mas hoje, vendo que o que sou é nada."

© RAADOMINGOS

*

III

 
"Mas hoje, vendo que o que sou é nada,"
Porque é que tanto construi e amealhei;
Se o que se leva para a outra morada,
É só o que desta vida gozei?

Tarde, já tarde aprendi e agora sei;
Não vale caminhar em outra estrada;
Fosse antes quando nasci e me criei;
Seria diferente a minha passada!

Viveria, a existência seria d' outra forma.
Daria amor, que não soube por onde andou!
Usaria o coração como plataforma.

Se concederem tempo ao corpo que restou,
O homem que em criança agora o transforma;
"Quero ir buscar quem fui onde ficou"!

© RAADOMINGOS

  *

IV 

"Quero ir buscar quem fui onde ficou"
Vestida de cinzento em tom raiado
Trazendo no seu manto o que levou
Lampejo que apagou céu estrelado

Mostrando a virtude que deu flor
Raios de encantamento desbravado
Hossana por se achar o vencedor
De tudo que alcançou e foi criado

Quando em presença estou; de fino oiro
Converte a natureza num tesoiro
Que nem a tirania sublevou…

Salta e pula risonha uma criança
Esquece a tempestade e vê bonança
"Ah, como hei-de encontrá-lo? Quem errou"

© ARIEH NATSAC

*

V

"Ah como hei-de encontrá-lo. Quem errou"?
Perdido sem saber qual o caminho
Fruta amarga, semente, desfrutou
Agora vai debicando, mas sozinho

De asa ferida envolta em mistério
Como um livro que não tem e se aguda
Na paisagem p’ra lá do ser etéreo
Que tanta, tanta vida nos desnuda

Nas passadas pisadas ao relento
Que a noite é sombria onde esquento
O corpo que se levanta sem ter nada

Na nevoa lisonjeira que trespassa
Sem ter espada sem haver mordaça
"A vinda tem a regressão errada."

© ARIEH NATSAC

*

VI

"A vida tem a regressão errada"
Já nunca poderei voltar atrás
Sendo aquela criança transviada
Que mantinha por lema, bom rapaz

Era azougado e grande folião
Das horas destemidas sem segundos
Saltava tanto abismo à condição
Percorrendo os lugares mais profundos

Contra as hostilidades de uma vida
Que lhe foi à nascença prometida
Mas que tão depressa aproveitou

Para fazer o prumo da idade
Rumando sem conceito da verdade
"Já não sei de onde vim nem onde estou".

© ARIEH NATSAC

*

VII

 "Já não sei de onde vim nem onde estou,"
Na ausência desmedida espero o sossego
Do meu desassossego, sei que sou
Parte dum tempo de pouco aconchego!

S' ao menos encontrasse o desapego
Ao que já não é, nos meandros do que sou!
No silêncio ensurdecedor a que chego,
A pausa merecida, meu ofego dou!

Ah, era meio caminho par' a claridade
Desta minha existência conturbada,
Por tal escassez de infância e puberdade!
 
E, se soubesse encontrar uma pousada
De bússola pronta, achar-me-ia na idade!
"De o não saber, minha alma está parada."

© Ró Mar 
 
*

VIII

"De o não saber, minha alma está parada."
Perdida no sossego da razão
Que a leva com saudade de ser nada
Solta faz-lhe sangrar seu coração

Caminho no restolho em muita vida
Pássaro procurando o seu raminho
Da mocidade já muito sumida
Que ao longe vai e acena de mansinho

No escuro calendário sem ter folhas
Reserva de atitude de recolhas
São tantas as vontades de voltar

Com sorte do princípio, tanto queria
Tudo e nada não sei perguntaria?
"Se ao menos atingir neste lugar"

© ARIEH NATSAC

*

IX

  “Se ao menos atingir neste lugar”
Serei tanto feliz como criança
E não vou p’ra ninguém localizar
O sintoma que tem a dor da esperança

É um barril de pólvora a pobreza
Que mata lentamente sem receio
Perdendo a confiança de uma mesa
Sendo pobre palavra desse meio

Na barrela dos olhos vejo aceso
O fogo que arde sem um contrapeso
Sem fazer desta vida um tal festim

Onde se roem ossos sem ter carne
Será onde não há quem encarne
“Um alto monte de onde possa enfim”

© ARIEH NATSAC

*

X

 "Um alto monte, de onde possa enfim"
Descansar, olhando o céu por horizonte,
Que me é íntimo! Sentir-me-ei querubim
A renascer das raízes em pura fonte!

Lá do alto, olharei por todos aqueles,
Que como eu ficaram, enquanto crianças,
A olhar estrelas! O que é feito deles?
Será que ainda vivem nas esperanças?

Os que jogavam ao balão na praça
Eram amigos á séria e é de recordar
O pé descalço e a mão numa carcaça! 

Ah, hoje o meu destino fez-me parar
E ver aquele tempo de (des)graça!
"O que esqueci, olhando-o, relembrar"!

© Ró Mar 

*

XI

"O que esqueci, olhando-o, relembrar,"
O bocado da serra manto frio
Perdi naquele tempo meu olhar
Na delícia presente, desvario

E a pobre gente avança sem ter medo
Como se uma criança fosse ao tempo
Na imensidão joga com segredo
Que brota do seu corpo sem lamento

Esta pequena figura é um homem
Que brota desta terra feita mãe
Que ensinando sem livros sendo assim

Rasgando-lhe a pele abrindo a dor
Com palmos a crescer o seu valor
"Na ausência, ao menos, saberei de mim"

© ARIEH NATSAC

*
 
XII

"Na ausência, ao menos, saberei de mim,"
Astrolábio dos meus sentidos mediando,
Tal Pessoa, altura mediana; meu latim,
Que nem eu compreendo, vou arquitetando!

Poucas filosofias, que a vida é barata
E as letras saem-me caras; ainda lembro
D' escrever umas palavras em cascata
Na lousa carcomida, não era dezembro!

Ah, hoje é tudo fino e eu desatino!
Não que não tenha tino, mas, se vou julgar
O que sou não envergonho o menino...

Do qual estou equidistante a procurar
P'lo verbo qu' abrilhante o destino;
"E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar."

© Ró Mar

*

XIII

"E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar"
Tudo o que vale a pena em toda a criança,
Que tal como eu não pôde celebrar;
Quiçá, mudar de pensar, autoconfiança!
 
    Ah, que tolice! Eu, a pensar em mudar
Toda aquela existência, análoga à minha,
Num tempo que me foge! Teimo em viajar
E encontrar o melhor de mim na estrelinha!

E, enquanto a comtemplo sinto, o paraíso!
Quaisquer cousa, nem sei bem o quê? Enfim,
A idade é minha e eu menino de juízo!

Parece amanhecer, cheirinho a alecrim,
Outro dia a inaugurar o sorriso
 "Em mim, um pouco de quando era assim."

© Ró Mar 

*

XIV

"Em mim um pouco de quando era assim"
Deixando tanta e impressa a saudade;
Na zoada que o vento faz, enfim;
Escuto o frescor da ida mocidade.

Pudesse encontrar-me - Piedade!
Oh vida, que subiria outro patim!
A criança some-se com a idade;
A percepção que chega é a do fim!

Em registo desbotado dum desenho;
Ecos áureos da verde gargalhada,
P'las nesgas frestas julgo qu' a detenho!

Agora que a reclamo não encontro nada;
As lágrimas pela face não as contenho,
"A criança que fui chora na estrada."

© RAADOMINGOS
 
*

COROA de SONETOS "A CRIANÇA..."

Autores: ARIEH NATSAC, Ró Mar e RAADOMINGOS

*

Sonetos do Universo | 2021

domingo, 21 de novembro de 2021

NO SOL DE OUTONO




NO SOL DE OUTONO


No Sol de outono a luz dum encontro.
A folha amarelada p'lo tempo
Ganhou vida no olhar do reencontro
E a certeza de não ser passatempo.

O dia clareou mais do que o habitual
E o céu estrelava a calçada molhada
Depositando o seu brilho fenomenal
Na troca de olhares que se fez morada.

A folha seca de outono renasce
No tempo certo, que a ama de verdade
E com ele nasce o seu desenlace.

Qualquer fase da vida é celebridade
E quando não s' espera dá-se o enlace.
O milagre do amor, a felicidade.

© Ró Mar | 11/ 2021

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

ENTARDECER




ENTARDECER


Olho através da janela o lusco-fusco,
Deixado ao pôr-do-sol no horizonte,
Que observo no infinito aqui defronte,
Quadro que definir no olhar rebusco!

Envolto em tons laranja vejo um monte,
Cuja iluminação de modo brusco,
Lhe dá um lindo ar. - Direi, patusco,
Imagem sem igual que se confronte!

Desejava (pensei) ser um pintor,
Para mostrar na tela este esplendor,
Que não sei por palavras descrever!

Nesta minha janela vejo o mundo,
À luz do sentimento mais profundo,
Toda a magia deste entardecer!...

© J. M. Cabrita Neves | 11/ 2021

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

PONTAS

 
Desenho: Maria Manuela Mourão Oliveira


PONTAS


Trago na ponta dos dedos
aroma cálido, com suor,
por onde correm os medos,
as lágrimas, o riso, o amor.

Correm também fantasias,
todas elas, desde moço,
são a essência dos dias
mesclados, sem alvoroço.

Trago as pontas de tudo
aquilo que pontas tem
no traço fino das coisas.

Era o giz. Era a lousa.
Era o gesto. Vai e vem.
Era a vida que ora repousa.
 
© António Fernandes

ERA O MENINO JESUS!


Fotografia de Ró Mar 


ERA O MENINO JESUS!


Por todo o Novembro, aparecia ouro de luz
Por um destino e a cruz, sinal dum dezembro
Vindouro, outro membro - era o Menino Jesus
A nascer, se traduz por Natal, que lembro!

Cada canto um cembro ornamentado de luz,
A esperar por Jesus, a inaugurar dezembro,
Que aquecia novembro no animado da luz!
E, também reproduz o Natal, que lembro!

Cada lar um cembro e o presépio feliz,
Por ocasião condiz com o mês de dezembro!
E, se bem me lembro, tinha estrela petiz!

Cada gesto tinha raiz na terra de dezembro,
Por haver um cembro por todo o que o quis!
E, nascer o petiz, o Natal, que lembro!

© Ró Mar | 11/ 2021

domingo, 14 de novembro de 2021

SONETOS SÃO MARTINHO

  


SONETOS SÃO MARTINHO


Autores: RAADOMINGOS e Ró Mar 

***

I

Vindimou-se o fruto pelo verão,
Sabe bem p'lo frio a sua pinguinha.
Acompanha a bela da castanhinha
Pois não se serve o vinho com o pão!

P'la boquinha dum espinhoso ouriço
Três lindas sementinhas espreitam
Ainda não sabem nem o suspeitam
A exigência a uma vida de submisso!

Não escapam ao fogo do fogão,
Nem do fogareiro do vendedor
E como o gosto de o ver vermelhão!

Assa-as que é verdadeiro primor;
Quentinhas como manda a tradição,
Ou não fosse ele um exímio assador!

© RAADOMINGOS 

*

II

"Ou não fosse ele um exímio assador"
Do fruto cobiçado "Quentes e boas"!
Ah, quentinhas é que elas nos dão amor
E pelo desfolhar do outono loas!

Neste ano atípico, se houver prodígio
É um milagre dalgum cavaleiro
Perdido no tempo dalgum prestigio,
Algures chove e que chova o ano inteiro!

Refastelados de pinga e com elas
dublam santos p'lo inverno de incertezas,
Que s' espreita e esquecemos as mazelas!

Ah, o bem que fazia às couves portuguesas
O presunto e o chouriço às rodelas,
Se não fosse a castanha a fazer mesas!

© Ró Mar 

*
 
III

Se não fosse a castanha a fazer mesas
E vendas, muitos não se lembrariam
Que São Martinho anda p'las redondezas
E é dia p'ra que festejem e riam!

 Haja alegria, brindemos com boa pinga,
Vinho novo, água pé ou jeropiga,
À lenda milagrosa, que respinga
E traz à memória tradição amiga!

Se chover estamos cá p'ra agradecer,
Mas, como os outros anos, é verão,
Aproveite-se o Sol antes de anoitecer!

Sempre com companhia e com afeição!
Haja saúde, fé e amor por todo o ser,
Que tudo acabará na perfeição!

© Ró Mar 

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SONETOS SÃO MARTINHO

Autores: RAADOMINGOS e Ró Mar

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Sonetos do Universo | 11/11/2021

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

ERA UMA VEZ…




ERA UMA VEZ…


Era uma vez num reino encantado,
Vivendo em seu jardim alegremente,
Um cravo e uma rosa fluorescente,
Ter-se-ão certo dia enamorado!

Enquanto ali estiveram lado a lado,
Viveram esse amor resplandecente,
Trocando olhares apaixonadamente,
Até que surge um dia inesperado!

A dona do jardim levou a rosa,
Que partiu triste embora esperançosa,
De se reencontrar com seu amor!

Viveu junta de um cardo contrariada,
Até que já velhinha e desfolhada,
Reencontrou o cravo já sem côr!...

© J. M. Cabrita Neves | 2021