PONTAS
Trago na ponta dos dedos
aroma cálido, com suor,
por onde correm os medos,
as lágrimas, o riso, o amor.
Correm também fantasias,
todas elas, desde moço,
são a essência dos dias
mesclados, sem alvoroço.
Trago as pontas de tudo
aquilo que pontas tem
no traço fino das coisas.
Era o giz. Era a lousa.
Era o gesto. Vai e vem.
Era a vida que ora repousa.
© António Fernandes