Destino igual
Oh! Lua! Como tu sozinha andejo
pisando nuvens densas de saudade,
perdida nos porões da imensidade
da força da paixão e do desejo.
Sou livre, mas não tenho liberdade
(sou presa de um amor que é tão sobejo)
por isso em ti me espelho e em ti me vejo,
mas não me escutas mesmo que eu te brade.
E como tu - no espaço teu sidéreo
envolta em tantos véus d’algum mistério –
prossigo a caminhar sem ter caminho.
Nós duas – eu e tu - cumprindo o rito
de esse andejar tão só pelo infinito
sem encontrar, do amor, o morno ninho.
Edir Pina de Barros