segunda-feira, 20 de junho de 2016

ABISMO




Abismo
 

Inferno mesmo é amar-te sem juízo
e desse amor sentir a morte em vida
sem nem pensar que ao nada nos convida
sem dar em troca tudo que eu preciso.

Amor que não conduz ao paraíso
deixando-me mais só e desvalida,
enquanto a dor em mim se consolida
enquanto, pouco a pouco, eu me agonizo.

Maldito amor! Eu ardo em pleno inverno
enquanto dentro o peito é frio inferno
e tudo n’alma em chama neva, neva.

Amar-te assim é o meu fatal abismo
e me pergunto mesmo se eu sofismo
acerca desse amor que é a minha treva.

Edir Pina de Barros