Pássaro liberto
Não quero, não, jantar à luz de velas,
nem liras a gemer candentes versos,
nem toques de candor, os mais diversos,
nem sinos a planger lá nas capelas.
De nada valem rosas nas janelas,
- jamais perfumarão os meus anversos –
nem juramentos, sempre controversos,
pois deixam sempre n’alma dor, sequelas.
Enfim, desejo nada. Eu não desejo
quaisquer promessas. Amo a liberdade
de amar o amor, que é pássaro que voa.
Ai! Deixa-me voar! Que eu sempre adejo
livre nos céus. Eu não suporto grade
e quero assim viver, voando à toa.