CUBRAM-ME DE ROSAS
Cubram-me de rosas agrestes
no dia em que me for - sozinha -
feito uma alma que ali caminha,
nua, e sem suas terrenas vestes.
Cubram-se de rosas e ciprestes,
num arranjo de laços com fitinha,
murmurando uma mágica ladainha,
sob o azul de cinco arcos celestes.
Não conteste: se eu mudar de porto,
apenas o meu cansaço estará morto,
se só deste lado não sinto ou sorrio.
Ainda assim eu quero rosas delicadas
margeando as minhas novas estradas,
como se então navegasse o florido Rio.
Silvia Regina Costa Lima