NUVENS ALTAS
Nuvens altas, prenhes, cinzentas,
Entristecem, o céu velho e eterno.
Desfiguradas, tristes, pardacentas
Choram sobre, o meu ser terreno.
E, as lágrimas por elas choradas
Quando caem, leves sobre mim.
São por velhos anjos abençoadas
E deixam-me neste êxtase assim.
Gotas de água dum céu sublime
Esse perfume destilado nos céus
Liquido purificado que me redime
Quando me perco nos olhos teus
Essa ilusão humana que define,
O sonho que me leva até Deus.
© Joaquim Jorge de Oliveira