ALENTEJO
Salpicada de lírios e poejo,
Salgada p’lo suor das mondadeiras,
Fecundada p’lo canto das ceifeiras,
É Mãe prenhe de pão, é Alentejo!
Queimada pelas tardes soalheiras,
Gente de tez morena, na qual vejo
O trabalho esforçado, o traquejo
De quem à terra deu vidas inteiras!…
Carriças, andorinhas e pardais
Dividem entre si essa riqueza,
Em agitadas danças matinais…
Terra plana, prazer da Natureza
Que se espraia nas ondas dos trigais,
Deslumbrada por ver tanta beleza!
Carlos Fragata