sexta-feira, 19 de junho de 2015

CHUVA DE SAUDADE




CHUVA DE SAUDADE


Enquanto a chuva cai vem a saudade,
Que chora no meu peito em agonia,
Chega pela manhã, ou pela tarde
E fica noite fora até ser dia.

Crescendo em espiral voracidade,
Me deixa sufocado em letargia,
Tem laivos de uma insana crueldade,
Esta saudade agreste, negra e fria.

Aninhou-se no peito e assim ficou
Enchendo todo o espaço do que sou,
De imagens e de sons bem revestida.

A chuva já passou e foi-se embora,
Mas a louca saudade que aqui mora
Ficou dentro de mim pra toda a vida.

Abílio Ferradeira de Brito