AVAREZA
Nariz adunco, olhar desconfiado…
Sinistro ar, maléfica figura!
Corpo corcunda, estranha criatura…
O rosto seco escuro e encovado!
O rosto seco escuro e encovado!
Adepta da poupança e da usura,
Tem normalmente aspecto escanzelado…
Pois prefere não comer e ter guardado,
O dinheiro com forte fechadura…
Incapaz de condoer-se por alguém,
Que pede pra comer, que nada tem!
Porque é fria, insensível à pobreza!
Vive no egoísmo e na indiferença,
Amealhando uma fortuna imensa,
E morre miserável a Avareza!...
José Manuel Cabrita Neves