quinta-feira, 4 de setembro de 2014

NUM DIA DE VINDIMAS

 

“NUM DIA DE VINDIMAS”


Nas vindimas desde o final de Agosto,
As abelhas zumbem numa boda aérea;
O sol está a cantar-te em cada artéria
E vai rosar a palidez do teu belo rosto;

O sol é um sublime pintor aguarelista;
E em teu elogio pintou desta maneira:
De âmbar negro a sombra da parreira;
Os cachos, tons de pedra de ametista;

E agora não sentes? O calor já aperta,
Porque vai alta a glória desta manhã;
Tenho minha boca seca e tão deserta!

Por mim, só quero uns bagos de romã
Vindos da tua boca amor, entreaberta,
Atenuando minha dor com essa oferta!

Alfredo Costa Pereira