segunda-feira, 9 de junho de 2014

LIBERTO DO CATIVEIRO






“LIBERTO DO CATIVEIRO”


Passarinho, que só vez passar as horas,
Em prisão que perdura, sem poderes voar!
Preso na gaiola, já não cantas, choras,
Infinitas horas, num grande e cruel pesar!

Deslisam no ar os teus irmãos a cantar,
Alegres em bando, aos fulgores de Abril;
E tu, nesse inferno pavoroso a chorar,
Vendo fugir as horas num tormento vil!

Que saudade a tua, do ninho querido
Tão bem escondido na acácia em flor,
Onde trilavas, gostoso, madrigais de amor!

Então o Poeta, a escrever, ficou sentido,
E abriu-lhe a triste gaiola sem ninguém ver.
E num voo, a ave elevou-se, para lhe agradecer!

Alfredo Costa Pereira