ANOS CINQUENTA
Por volta dos, então, anos cinquenta,
Em lugar do respeito, havia medo!
Tudo o que era importante era segredo,
E caminhava a vida em morte lenta…
O povo, cabisbaixo, se lamenta,
Em voz baixa, raivosa e tom azedo…
Cansado de manter-se mudo e quedo,
Enquanto a repressão se movimenta…
Analfabeto, andava resignado,
Deixando pelos campos o suor,
A troco de um reles ordenado…
Em todos os deveres: respeitador!
Sempre “se faz favor” e “obrigado”,
Mas direitos não tinha, não senhor!...
José Manuel Cabrita Neves