Pintura de Renoir
“SONHO COM TERNURA”
De novo, tive um sonho com ternura:
Sonhei que andavas muito atarefada
A percorrer a grande e erma planura;
Quando passavas, a fragância coada
Inspirava, vinda da terra que regavas!
Dos espinhos que a teus pés calcavas,
Brotavam rosas vermelhas e olorosas;
Teus olhos eram duas fontes, airosas.
Acordei, e rasgou-se o véu do arcano!
Contemplamos silentes, e embebidos,
Penetrando nos segredos do humano!
Com nossos olhos baços e comovidos,
Agora sabíamos já não haver segredo.
E a beijar, entregamo-nos no arvoredo!
Alfredo Costa Pereira