O MALMEQUER
Porque ambos um dia nos cruzámos,
Num daqueles acasos que há na vida,
De olhar embevecido ali ficámos,
Com a voz embargada e constrangida…
O que então não dissemos mas pensámos,
Com a alma a sorrir, agradecida!
Sem dizer nada o tanto que falámos!
Na voz do coração, enternecida…
Subia aos nossos rostos um rubor!
Sentia-mos no corpo um estremecer
E um certo sentir provocador…
Um fogo se acabava de acender,
Que no dizer dos olhos era amor
E que se confirmou num malmequer!...
José Manuel Cabrita Neves