“A DESILUSÃO”
O céu abriu-se todo em luz. Cheguei!
Vi surgir em cada noite uma alvorada,
Vi flores com o orvalho da madrugada;
Acreditei que no mundo seria um rei!
Ingenuamente ainda criança acreditei,
Que eram minhas, noite e madrugada
Que o mundo era de todos e que nada
Era só de um, como até aqui pensei!
Foi quando subitamente a minha mão,
Queria apanhar o azeite, o mel e o pão
E ganhar o níquel mais curto de cobre,
Que alguém mais forte se pôs à frente,
Tapou-me o sol, passando indiferente;
E eu fiquei pobre, cada vez mais pobre!
Alfredo Costa Pereira