sexta-feira, 15 de agosto de 2014

ROSA DOS VENTOS

 
ROSA DOS VENTOS


No começo, eu não tinha medo,
havia tempo e sempre era cedo.
Eu nem precisava me proteger,
havia outro modo de a tudo ver.

Hoje tudo parece um arremedo,
erguer o nariz... apontar o dedo
- virou um salva-se-quem-puder.
E a vida? Um eterno malmequer.

No princípio, eu não me escondia,
brincava, corria, sorria... até ria,
uma menina com mil sentimentos.

Agora, eu não sei mais da aurora
e tudo o que eu quis já foi embora,
girando tal e qual rosa dos ventos.

Silvia Regina Costa Lima