“LUAR DE AGOSTO”
Vamos à floresta, amor, vamos ouvir as fontes,
A borbulharem na planície lá daqueles montes;
Os ramos de folhas das árvores estão vergados,
Para abrigarem do sol, a frescura dos relvados!
Entrega os doces lábios aos meus, sequiosos,
E esquecidos na harmonia bucólica dos prados;
Sonharemos pelas fontes solitárias, embalados
Da brisa adormecente, os sonhos mais ditosos!
Estaremos só os dois. Cairão nos teus cabelos
As trémulas flores das tílias formando novelos!
Cheia pelas fontes, e com nenúfares amarelos,
Numa lagoa azul, ondulante em baloiços singelos,
Estará a flutuar um frágil barco, à nossa espera,
Onde, sob a magia do luar, nascerá a Primavera!
Alfredo Costa Pereira