“FOLHAS DE OUTONO”
Já dispersas e perdidas, ao abandono,
Folhas das árvores caídas no Outono,
Lembranças tão tristes de curtas vidas,
Rolam agora pelo chão, emurchecidas!
Todas deram sua sombra, aqui e acolá.
E quantos amores e sonhos e desejos,
Quantas paixões os milhares de beijos,
Quando ainda nas árvores,não viram já!
O Inverno, lança-as para as enxurradas,
Lá vão aos caprichos da água corrente;
Vemo-las agoniar, e ninguém as sente!
Mas tenho apego, às folhas pintadas!
Foram o cobertor do teu corpo em flor,
E nelas entrelaçamos o nosso amor!
Alfredo Costa Pereira